data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo pessoal
Com aulas à distância, estudantes criam conteúdos informativos em vídeo, para a internet
A pandemia de Covid-19 pegou os estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Franciscana (UFN) de surpresa. As aulas do curso de graduação, que eram presenciais, ganharam o ambiente online e, tanto professores quanto alunos tiveram que aprender a lidar com a nova dinâmica. Para a professora da disciplina de Temáticas Emergentes, Martha Souza, a decisão de tratar do Covid-19 nas aulas foi óbvia: nada mais emergente que a pandemia mundial. Com as aulas à distância, contudo, ela precisou encontrar maneiras de lidar com uma das características de quem se forma no curso e pretende seguir na profissão: a necessidade de estar próximo dos pacientes.
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- Antes eles tinham aulas práticas, onde desenvolviam atividades de prevenção a determinados problemas. Alguns trabalhavam com pessoas em situação de privação de liberdade, outros iam até às delegacias, mas aí isso tudo parou. E isso gerou uma ansiedade muito grande, não só neles mas também em nós, pela falta das aulas presenciais.
Após discussões na sala de aula virtual, a educadora propôs à turma a produção de conteúdos educativos sobre o coronavírus. Dentro da temática, cada grupo de trabalho teve liberdade para escolher como gostaria de abordar o tema e com que público gostaria de conversar. Se aventurando no mundo da comunicação e da produção audiovisual, os grupos de trabalho acabaram por produzir materiais que dialogam com os profissionais de saúde, com o público leigo e até mesmo materiais adaptados a Língua Brasileira de Sinais, para pessoas com deficiência auditiva.
- Teve um grupo que fez um canal no Instagram, em que a cada semana eles entrevistam um profissional - um infectologista, uma enfermeira, um médico - para falar sobre o Covid. Então, em uma semana ensinam como colocar máscara, na outra sobre como lavar corretamente as mãos - explica Martha.
Dielli Arend Teixeira, 21 anos, é acadêmica do 7º semestre de curso e é uma das integrantes do grupo citado. No perfil @enf.educativa, ela e outros quatro colegas produzem os conteúdos informativos, de maneira multidisplinar, com ajuda de professores de diversas áreas. A experiência é nova mas ela já planeja o futuro:
- Pretendemos seguir no Instagram, pois existem várias outras doenças. A população, às vezes, é carente de informações científicas, então achamos necessário manter esse canal após o fim da pandemia - conta.
ADAPTAÇÃO
A Universidade Franciscana suspendeu as aulas presenciais, medida adotada também pelas demais instituições de ensino superior da cidade durante a pandemia. As atividades de ensino, contudo, são mantidas na UFN de maneira remota.
- Nós estamos nos adaptando. A própria faculdade oferece plataformas para fazer a aula online. Os alunos também nos ensinam muito sobre como dar aula pela internet, tem sido uma troca mútua. E eu já garanti a eles que, assim que retornarem as aulas presenciais, todas as práticas que ficaram para traz serão feitas - explica a professora.
- É uma questão de adaptação mesmo e de entender que estamos passando por um momento difícil, onde o distanciamento é necessário, para o bem de todos - acredita Milena Castro de Bittencourt Camillo, de 21 anos, que além de enfermagem, também cursa jornalismo na instituição. Para a disciplina, o grupo de Milena preparou um vídeo que homenageia os profissionais de saúde e lembra a importância desses profissionais.
No Dia do Enfermeiro(a), 12 de maio, as alunas destacam o peso de se preparar para atuar na área durante a pandemia de Covid-19:
- Acredito que é um momento muito delicado para todos os profissionais da saúde, em especial a enfermagem. Mas também é um momento de aprendizagem, de entendermos melhor o papel da nossa profissão - diz Milena.
- Penso que nós, da área de enfermagem, estamos sendo bastante representados pelos profissionais da linha de frente nesta pandemia, e estamos ganhando um pouco do reconhecimento que deveríamos ter recebido há muito tempo, por todos os riscos que passamos e pelo nosso salário. Acho que essa pandemia, sob a perspectiva de nossa formação, vai enriquecer ainda mais nossa percepção sobre o que é ser enfermeiro - conclui.
*Colaborou Chaiane Appelt